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Leandro Jamarco, o piloto da EJ no campeonato brasileiro de voo a vela. Leia a entrevista e entenda como funciona a competição

Leandro com membro da equipe em Formosa, Goiás.


Leandro Jamarco, 38 anos, é Comandante de Airbus A320 e participou do 59º campeonato brasileiro de Voo a Vela que ocorreu em Formosa, Goiás. Ele foi patrocinado pela EJ Escola de Aeronáutica. Jamarco conseguiu a oitava colocação em um total de 16 competidores na categoria Racing, uma das mais concorridas do Brasil. Ele formou-se em Itápolis antes de seguir para a carreira de piloto de linha aérea. "Comecei meus cursos pelo planador, tanto pela questão do custo, quanto por saber que iria melhorar muito a minha pilotagem", conta Leandro sobre o início de sua paixão pelos voos. Desde 2011 Leandro pratica o voo a vela como esporte.

A competição foi organizada pela FBVV - Federação Brasileira de voo a vela, e o planador que Jamarco voou, o Discus B, pertence a Federação. Segundo Valéria Caselato, presidente da FBVV e competidora, a o grid foi bastante prestigiado, com 27 inscritos nas três categorias, e ela tem a expectativa que aumente a quantidade de pilotos no grid nos próximos anos. "Aguardamos que muitos pilotos de Itápolis estejam presentes nas próximas competições", diz Valéria.

Na entrevista abaixo Leandro explica como funcionam as competições, conta algumas curiosidades sobre o esporte e como foi sua participação, confira:


Qual a categoria que você compete e como funciona a competição?
As competições de Voo a Vela no Brasil são disputadas em 4 categorias: a Classe Quero-Quero, com aeronaves exclusivamente deste modelo; A classe Club, com planadores de menor performance, sem lastro de água; A classe Racing, com planadores já de performance intermediária, com lastro de água, na qual participo; e a classe Aberta, com planadores de altíssima performance e razões de planeio que excedem 60:1 (onde o planador percorre mais de 60 metros para cada um que afunda).

As competições são divididas em provas de clube (realizadas dentro dos aeroclubes), regionais (com a presença de pelo menos 3 clubes) , as etapas Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Final do Campeonato Brasileiro. Apenas a etapa final define o campeão brasileiro em cada classe, porém todas contam pontos para o Ranking Brasileiro de Pilotos de Planador, utilizado por exemplo para a distribuição dos planadores da Federação, como o Discus B3 que utilizo.

As provas são de dois tipos: Provas de Área, com um tempo mínimo pré-estabelecido e áreas especificas a serem voadas, e as Provas Racing, sem tempo mínimo e com pontos específicos a serem sobrevoados. No final das contas o objetivo é fazer a maior velocidade média possível. Como existem diversos tipos de planadores dentro da mesma classe, é utilizado um sistema de handcap, um índice que corrige a velocidade de cada planador de acordo com a sua performance. Nesse caso, um planador Jantar, por exemplo, tem um índice 100, e o Discus um índice 108, onde o Discus precisa ser 8% mais rápido que o Jantar para superá-lo. É claro que esse sistema nem sempre é perfeito, e em meteorologia forte como foi disputado o campeonato em Formosa GO, as performances ficam muito próximas, e é difícil superar os Jantars com essa diferença de 8%. Por exemplo, a minha frente na classificação geral ficaram apenas planadores Jantar.


Como foi sua participação nas etapas Centro Oeste e Final em Formosa?

Penso que pelo pouco tempo de treinamento que tive disponível desde que comecei a utilizar o Discus da FBVV, e também levando-se em conta a meteorologia forte em que voamos, que favorece o handcap dos planadores Jantar, tive uma participação bem razoável, ficando na quarta colocação na etapa Centro Oeste e oitava colocação na etapa Final. Foi um grande aprendizado e pude sentir a evolução nas provas mais para o final da competição. Tive apenas um pouso fora, bem próximo de completar a prova, em um dia onde apenas seis planadores, que largaram mais cedo, conseguiram chegar.


Como você acredita que o voo a vela pode colaborar com a habilidade de pilotagem?
O planador, por se tratar de uma aeronave leve, com asas de grande envergadura, possui os comandos bastante suaves e sensíveis. A manutenção da velocidade do voo também é feita usando única e exclusivamente os comandos aerodinâmicos. Portanto, aprendemos desde cedo no planador a manter o voo coordenado, atentando sempre para a atitude da aeronave. Um piloto experiente é capaz de voar o planador sem nenhum instrumento, apenas “sentindo” a aeronave e ouvindo o barulho do vento. Isso faz com que os pilotos que experimentam o voo a vela normalmente apresentem uma sensibilidade maior quando voam outros tipos de aeronaves.


Por que incentivar o voo a vela?
O voo a vela é um esporte de alto desempenho, onde a aerodinâmica e as técnicas de construção envolvidas nas aeronaves, além das técnicas de pilotagem e análise avançada da meteorologia desempenham um papel crucial no resultado final. Tudo isso faz com que o voo a vela seja um esporte fortemente apoiado em países desenvolvidos, como França, Alemanha, Reino Unido, EUA, entre outros, pois promove o desenvolvimento, tanto da indústria quando da própria comunidade aeronáutica. No Brasil, infelizmente, esse esporte ainda é muito pouco incentivado e divulgado. Existe um trabalho da FBVV para que em um futuro próximo possamos sediar competições a nível internacional, dando assim muito mais visibilidade ao esporte em nosso pais.


Como funciona a técnica de voo em dupla?
Hoje em dia, nas competições de voo a vela pelo mundo, o voo em duplas, ou em equipe, tem evoluído muito, e praticamente todos os times de ponta nos campeonatos mundiais se utilizam desse técnica. Ela consistem em um voo praticamente em ala, onde um piloto ajuda o outro tomar as decisões, a encontrar as térmicas, ou ainda, a centrar o seu ponto mais forte, subindo assim mais rápido, e fazendo velocidades médias maiores. No Brasil existe apenas um dupla de pilotos atualmente voando juntos, pois é uma técnica que exige muito treino e entrosamento.


Pode me falar um pouco sobre os “pousos fora”?

Algumas vezes pode acontecer uma mudança na meteorologia durante o dia, ou mesmo durante a prova, ou acontecer de uma prova ser superdimensionada para as condições do dia, ou ainda o próprio piloto pode falhar em conseguir encontrar as térmicas em uma altura que ainda lhe possibilite continuar em voo. Neste caso o piloto precisa escolher um lugar adequado para pousar, no caso dos planadores puros, sem motor, ou ainda acionar o motor, o que conta como pouso fora, no caso dos planadores com motor. Por ser uma aeronave leve, com baixa velocidade de estol, os planadores são capazes de pousar em locais relativamente pequenos e pouco preparados. Geralmente preferimos campos arados, onde temos a certeza de que não existirão obstáculos, como cercas, cupins ou árvores, por exemplo. É uma ocorrência relativamente comum, principalmente em campeonatos, onde sempre buscamos otimizar a velocidade e completar a prova. Após o pouso fazemos contato com a equipe para informar o local do pouso, e o resgate é feito utilizando a carreta do próprio planador, ou um rebocador no caso de pouso em alguma pista remota.


Antigamente era necessário o piloto tirar foto e revelar o filme. Hoje como funciona o registro da prova, por GPS?
Sim, antigamente as provas eram apenas do tipo Racing, onde os pilotos precisavam sobrevoar pontos específicos e fotografar alguma referência no solo para comprovar o seu voo. Hoje utilizamos registradores específicos que usam GPS para gravar o voo, e na verdade a maioria dos smartphones é capaz de fazer esse registro, utilizando aplicativos específicos, o que possibilitou a implementação das provas de área, onde não existe uma rota específica, e sim áreas onde o piloto deve voar, fazendo seu próprio percurso. Após o pouso enviamos o arquivo para a organização do campeonato, que utiliza um software específico para validar a prova e verificar a velocidade realizada, além de atribuir a pontuação.


Fale um pouco sobre o lastro de água que alguns planadores podem carregar, como funciona?
Os planadores são aeronaves leves o bastante para que possam subir nas térmicas, porém essa baixa massa os deixa com pouca “penetração” e baixas velocidades de planeio. Segundo as regras de aerodinâmica, uma aeronave leve e uma pesada tem a mesma razão de planeio, apenas a velocidade das mais pesada precisa ser maior. Portanto carregamos um lastro de água nas asas que podem chegar próximo aos 200 litros, para aumentar o peso do planador e fazer com que ele voe a uma velocidade mais alta com o mesmo planeio. É claro que isso impacta na subida em térmicas, portanto é algo que deve ser gerenciado, antes e durante o voo (é possível alijar o lastro), onde térmicas mais fracas requerem que se voe com menos (ou nenhum) lastro. Sempre alijamos o lastro para o pouso.

Confira a tabela: http://www.soaringspot.com/en_gb/59-campeonato-brasileiro-de-voo-a-vela-formosa-2017/results/racing

Publicado em 19/09/2017


Vídeo: tour pelo campus itápolis

Vídeo


    Mural Informativo


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    A EJ acaba de concluir a reforma na estrutura da base em Americana-SP, reforçando seu compromisso com a excelência no ensino e com a expansão do acesso à formação de pilotos. A reforma da infraestrutura vem acompanhada de um plano de crescimento da frota local, com o objetivo de atender a uma demanda cada vez maior por treinamento prático de qualidade na região.Localizada estrategicamente próxima à capital paulista, a base de Americana é uma excelente opção para quem busca facilidade de acesso, sem abrir mão da tradição e do alto padrão de ensino que são marcas registradas da EJ. Agora, com a estrutura renovada, os alunos encontram um ambiente ainda mais confortável e eficiente para a realização de seus treinamentos.Treinamento com simuladores e aeronavesNa base de Americana, os alunos realizam o treinamento prático essencial, tanto em aeronaves quanto em simuladores homologados. A operação é conduzida por uma equipe qualificada e experiente, garantindo que cada etapa do processo formativo ocorra com foco na segurança, na padronização e no desenvolvimento profissional dos futuros pilotos.Alojamentos integrados para mais comodidadeSabemos que a rotina de quem sonha em voar exige dedicação e tempo. Por isso, a base também conta com alojamentos integrados, oferecendo mais comodidade para os alunos que vêm de outras cidades ou estados. Assim, o aluno pode focar totalmente em sua formação, com o suporte completo da infraestrutura EJ.Plano de expansãoA expansão da frota na base de Americana já está em planejamento e reforça o propósito da EJ de proporcionar uma formação ainda mais acessível e eficiente. Acreditamos que democratizar o acesso à formação de pilotos, sem perder a qualidade e a exigência técnica, é essencial para atender às demandas do mercado atual.A base de Americana está pronta para receber você, com o mesmo padrão EJ que já formou mais de 10 mil pilotos. Clique e venha conhecer nossa estrutura para dar o próximo passo rumo à sua carreira na aviação.

  • EJ Faculdade: Ação social promove visitas de alunos da rede pública

    A EJ Faculdade recebeu, na unidade de Itápolis, os alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Valentim Gentil, localizada na região. A visita faz parte do plano de ações sociais da instituição, que tem como objetivo aproximar jovens da aviação, promover novas oportunidades e contribuir com o desenvolvimento da comunidade local.Durante a atividade, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto a estrutura da EJ Faculdade, incluindo salas de aula, oficinas de manutenção aeronáutica, aeronaves de instrução e também aeronaves agrícolas. A iniciativa permitiu que os visitantes compreendessem melhor o funcionamento de uma escola de aviação e os diversos caminhos profissionais possíveis dentro do setor.A recepção foi organizada com o apoio dos próprios alunos da EJ Faculdade, que participaram ativamente da condução das atividades, auxiliando na apresentação dos ambientes e compartilhando suas experiências na formação aeronáutica. Essa interação proporcionou um ambiente acolhedor e inspirador para os jovens visitantes.A ação reafirma o compromisso da EJ Faculdade com a responsabilidade social e a educação transformadora. Por meio de projetos como este, a instituição reforça seu papel não apenas na formação de profissionais altamente capacitados, mas também na construção de uma sociedade mais acessível e igualitária.

  • Piloto EJ Juliana Fraschetti vence campeonato de acrobacia nos EUA.

    Entre os dias 27 e 29 de março, a cidade de Keystone Heights, nos Estados Unidos, sediou o Snowbird 2025, um campeonato internacional de acrobacia aérea que reuniu grandes pilotos acrobáticos. Na categoria Intermediária, a piloto brasileira Juliana Fraschetti representou a EJ – Escola de Aviação, a bordo do Extra 300. Com um número estimado de 25 competidores, o evento foi uma verdadeira exibição de habilidade e precisão nos céus americanos.E a dedicação de Juliana resultou em uma grande conquista, o primeiro lugar na categoria. Com técnica refinada e um desempenho impecável, a piloto brilhou entre os competidores e trouxe o título para o Brasil e para a EJ.Juliana Fraschetti se destacou na acrobacia aérea por sua determinação e excelência. Sua formação na EJ foi fundamental para o desenvolvimento de suas habilidades, e sua atuação como membro da Esquadrilha EJ consolidou sua experiência no cenário da acrobacia aérea.O Snowbird é sancionado pelo International Aerobatic Club (IAC), organização fundada em 1970 e reconhecida mundialmente pela promoção da acrobacia aérea. Seguindo um rigoroso padrão de avaliação, a competição exige dos pilotos precisão e controle absoluto sobre suas aeronaves, tornando a vitória de Juliana ainda mais significativa.Mais do que um título, essa conquista simboliza a força da aviação brasileira e das mulheres no esporte. Juliana demonstrou que talento, dedicação e treinamento de qualidade podem levar a resultados extraordinários. A EJ se orgulha de apoiar seus pilotos na busca por novos desafios e parabeniza Juliana por essa brilhante vitória!Que esse seja apenas o começo de uma trajetória repleta de grandes feitos para Juliana e para todos que acreditam no potencial da acrobacia aérea no Brasil.

Homologação ANAC
Número 051

DOU 03/05/18